quinta-feira, 3 de abril de 2014

O rapaz de bronze

Era uma vez um jardim maravilhoso, cheio de grandes tílias, bétulas, carvalhos, magnólias e plátanos.
Havia nele roseirais, jardins de buxo e pomares. E ruas muito compridas, entre muros de camélias talhadas.
A autora de contos infantis volta a surpreender-nos, desta vez com uma história de amor entre flores - algo que nunca pensei ler sobre! Ao longo dos vários capítulos, acompanhados por ilustrações de Júlio Resende, Sophia narra os vários passos pelos quais o jardim teve de passar para conseguir organizar uma festa, tal como as dos humanos.

As camélias são muito diferentes dos gladíolos: são vagas, sonhadoras, distantes e pouco mundanas. Estão sempre semiescondidas entre as suas folhas duras e polidas. Mas os gladíolos admiravam as camélias por elas não terem perfume, pois, entre as flores, não ter perfume é uma grande originalidade.
Ao longo do livro, vamos entrando em contacto com as diversas personalidades das flores (muito bem descritas) e aos diversos sentimentos que os seres de um jardim supostamente sentem, começando em árvores e acabando na estátua, o rapaz de bronze. É uma diversão! Adorei imaginar como seria a personalidade de cada flor do meu jardim. Relembra-nos que nós, pessoas, não somos as únicas a viver aqui.
-São estrangeiras - respondeu o Carvalho - ,a que está vestida de lilás é inglesa e é uma espécie de Begónia; a que está vestida de preto é americana e é uma espécie de Orquídea. É riquíssima, tem uma casa toda feita de vidro como uma estufa e conhece os snobs do mundo inteiro.

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